Questões de História do ENEM

Questões de História retiradas das provas anteriores do Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM

cód. #4385

INEP - História - 2011 - Exame Nacional do Ensino Médio - Primeiro e Segundo Dia - PPL

É uma mudança profunda na estrutura social, isto é, uma transformação que atinge todos os níveis da realidade social: o econômico, o político, o social e o ideológico. Uma revolução é uma luta entre forças de transformação e forças de conservação de uma sociedade. Quando ocorre uma revolução, a vida das pessoas sofre uma mudança radical no próprio dia a dia.

AQUINO, R. S.L. et al. História das Sociedades: das sociedades modernas às sociedades atuais. Rio de Janeiro: Record, 1999 (fragmento).


Na França, em 1871, após a derrota de Napoleão III na guerra contra a Rússia e a presidência de Louis Adolphe Thiers, os trabalhadores franceses organizaram uma rebelião que levou à tomada de Paris e à organização de um governo popular, denominado de Comuna de Paris. Este processo é considerado como uma importante experiência política, porque

A) extinguiu definitivamente o voto censitário e instituiu o voto por categoria profissional.
B) foi a mais duradoura experiência de governo popular na História contemporânea.
C) criou um Estado dos trabalhadores formado por comunas livres e autônomas.
D) definiu um Estado voltado para atender os interesses de todas as classes sociais.
E) substituiu o exército por milícias comandadas pelos antigos generais, mas subordinadas ao poder das comunas.

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cód. #4387

INEP - História - 2011 - Exame Nacional do Ensino Médio - Primeiro e Segundo Dia - PPL

Os principais distúrbios começaram em Nottingham, em 1811. Uma grande manifestação de malharistas, gritando por trabalho e por um preço mais liberal, foi dissolvida pelo exército. Naquela noite, sessenta armações de malha foram destruídas na grande vila de Arnold por amotinados que não tomaram nenhuma precaução em se disfarçar e foram aplaudidos pela multidão.

THOMPSON, E.P. A formação da classe operária inglesa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987 (fragmento).


Esse texto diz respeito à nova realidade socioeconômica da Inglaterra implantada a partir da Revolução Industrial. A principal consequência para os trabalhadores nas primeiras décadas do século XIX se manifestou por meio

A) de petições enviadas ao Parlamento inglês na defesa de direitos coletivos.
B) do descontentamento pelo aumento de preços dos alimentos básicos e moradia.
C) da conquista de direitos trabalhistas pela atuação combativa dos sindicatos.
D) da destruição de máquinas que deterioravam as condições de vida e de trabalho.
E) da vitória sobre a burguesia, com a redução da jornada de trabalho para oito horas.

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cód. #4388

INEP - História - 2011 - Exame Nacional do Ensino Médio - Primeiro e Segundo Dia - PPL

O despotismo é o governo em que o chefe do Estado executa arbitrariamente as leis que ele dá a si mesmo e em que substitui a vontade pública por sua vontade particular.

KANT, I. Despotismo. In: JAPIASSÚ, H.; MARCONDES, D. Dicionário básico de Filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.


O conceito de despotismo elaborado pelo filósofo Immanuel Kant pode ser aplicado na interpretação do contexto político brasileiro posterior ao AI-5, porque descreve

A) o autoritarismo nas relações de poder.
B) as relações democráticas de poder.
C) a usurpação do poder pelo povo.
D) a sociedade sem classes sociais.
E) a divisão dos poderes de Estado.

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cód. #4389

INEP - História - 2011 - Exame Nacional do Ensino Médio - Primeiro e Segundo Dia - PPL

Texto I


A escravidão não é algo que permaneça apesar do sucesso das três revoluções liberais, a inglesa, a nortea-mericana e a francesa; ao contrário, ela conhece o seu máximo desenvolvimento em virtude desse sucesso. O que contribui de forma decisiva para o crescimento dessa instituição, que é sinônimo de poder absoluto do homem sobre o homem, é o mundo liberal.

LOSURDO, D. Contra-história do liberalismo. Aparecida: Ideias & Letras, 2006 (adaptado).


Texto II


E, sendo uma economia de exploração do homem, o capitalismo tanto comercializou escravos para o Brasil, o Caribe e o sul dos Estados Unidos, nas décadas de 30, 40, 50 e 60 do século XIX, como estabeleceu o comércio de trabalhadores chineses para Cuba e o fluxo de emigrantes europeus para os Estados Unidos e o Canadá. O tráfico negreiro se manteve para o Brasil depois de sua proibição, pela lei de 1831, porque ainda ofereceu respostas ao capitalismo.

TAVARES, L. H. D. Comércio proibido de escravos. São Paulo: Ática, 1988 (adaptado).


Ambos os textos apontam para uma relação entre escravidão e capitalismo no século XIX. Que relação é essa?

A) A imposição da escravidão à América pelo capitalismo.
B) A escravidão na América levou à superação do capitalismo.
C) A contribuição da escravidão para o desenvolvimento do sistema capitalista.
D) A superação do ideário capitalista em razão do regime escravocrata.
E) A fusão dos sistemas escravocrata e capitalista, originando um novo sistema.

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cód. #4391

INEP - História - 2011 - Exame Nacional do Ensino Médio - Primeiro e Segundo Dia - PPL

O Brasil oferece grandes lucros aos portugueses. Em relação ao nosso país, verificar-se-á que esses lucros e vantagens são maiores para nós. Os açúcares do Brasil, enviados diretamente ao nosso país, custarão bem menos do que custam agora, pois que serão libertados dos impostos que sobre eles se cobram em Portugal, e, dessa forma, destruiremos seu comércio de açúcar. Os artigos europeus, tais como tecidos, pano etc., poderão, pela mesma razão, ser fornecidos por nós ao Brasil muito mais baratos; o mesmo se dá com a madeira e o fumo.

WALBEECK, J. Documentos Holandeses. Disponível em: http://www.mc.unicamp.br.


O texto foi escrito por um conselheiro político holandês no contexto das chamadas Invasões Holandesas (1624-1654), no Nordeste da América Portuguesa, que resultaram na ocupação militar da capitania de Pernambuco. O conflito se inicia em um período em que Portugal e suas colônias, entre elas o Brasil, se encontravam sob domínio da Espanha (1580-1640). A partir do texto, qual o objetivo dos holandeses com essa medida?

A) Construir uma rede de refino e distribuição do açúcar no Brasil, levando vantagens sobre os concorrentes portugueses.
B) Garantir o abastecimento de açúcar no mercado europeu e oriental, ampliando as áreas produtoras de cana fora dos domínios lusos.
C) Romper o embargo espanhol imposto aos holandeses depois da União Ibérica, ampliando os lucros obtidos com o comércio açucareiro.
D) Incentivar a diversificação da produção do Nordeste brasileiro, aumentando a inserção dos holandeses no mercado de produtos manufaturados.
E) Dominar uma região produtora de açúcar mais próxima da Europa do que as Antilhas Holandesas, facilitando o escoamento dessa produção.

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cód. #4392

INEP - História - 2011 - Exame Nacional do Ensino Médio - Primeiro e Segundo Dia - PPL

Poucos países têm uma história eleitoral tão rica quanto a do Brasil. Durante o período colonial, a população das vilas e cidades elegia os representantes dos Conselhos Municipais. As primeiras eleições gerais para escolha dos representantes à Corte de Lisboa ocorreram em 1821. Desde 1824, quando aconteceu a primeira eleição pós-independência, foram eleitas 52 legislaturas para a Câmara dos Deputados. E, somente durante o Estado Novo (1937-1945), as eleições para a Câmara foram suspensas.

NICOLAU, J. História do voto no Brasil. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004 (adaptado).


Embora o Brasil tenha um longo histórico de eleições para o Poder Legislativo, em diversas oportunidades os pleitos ocorreram com sérias restrições ao pleno exercício da cidadania. Um período da história brasileira com eleições legislativas e uma restrição à cidadania política estão elencados, respectivamente, em:

A) I Reinado (1822-1831) - exclusão dos analfabetos.
B) II Reinado (1840-1889) - exigência de renda.
C) Primeira República (1889-1930) - exclusão dos escravos.
D) República Liberal (1945-1964) - exigência de curso superior.
E) Nova República (após 1985) - exclusão das mulheres.

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cód. #4393

INEP - História - 2011 - Exame Nacional do Ensino Médio - Primeiro e Segundo Dia - PPL

Como tratar com os índios


A experiência de trezentos anos tem feito ver que a aspereza é um meio errado para domesticar os índios; parece, pois, que brandura e afago são os meios que nos restam. Perdoar-lhes alguns excessos, de que sem dúvida seria causa a sua barbaridade e longo hábito com a falta de leis. Os habitantes da América são menos sanguinários do que os negros d’África, mais mansos, tratáveis e hospitais.

VILHENA, L. S. A Bahia no século XVIII. Salvador: Itapuã, 1969 (adaptado).


O escritor português Luís Vilhena escreve, no século XVIII, sobre um tema recorrente para os homens da sua época. Seu posicionamento emerge de um contexto em que

A) o índio, pela sua condição de ingenuidade, representava uma possibilidade de mão de obra nas indústrias.
B) a abolição da escravatura abriu uma lacuna na cadeia produtiva, exigindo, dessa forma, o trabalho do nativo.
C) o nativo indígena, estereotipado como um papel em branco, deveria adequar-se ao mundo do trabalho compulsório.
D) a escravidão do indígena apresentou-se como alternativa de mão de obra assalariada para a lavoura açucareira.
E) a escravidão do negro passa a ser substituída pela indígena, sob a alegação de os primeiros serem selvagens.

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cód. #4395

INEP - História - 2011 - Exame Nacional do Ensino Médio - Primeiro e Segundo Dia - PPL

Após as três primeiras décadas, marcadas pelo esforço de garantir a posse da nova terra, a colonização começou a tomar forma. A política da metrópole portuguesa consistirá no incentivo à empresa comercial com base em uns poucos produtos exportáveis em grande escala, assentada na grande propriedade. Essa diretriz deveria atender aos interesses de acumulação de riqueza na metrópole lusa, em mãos dos grandes comerciantes, da Coroa e de seus afilhados

FAUSTO, B. História Concisa do Brasil. São Paulo: EdUSP, 2002 (adaptado).


Para concretizar as aspirações expansionistas e mercantis estabelecidas pela Coroa Portuguesa para a América, a estratégia lusa se constituiu em

A) disseminar o modelo de colonização já utilizado com sucesso pela Grã-Bretanha nas suas treze colônias na América do Norte.
B) apostar na agricultura tropical em grandes propriedades e no domínio da Colônia pelo monopólio comercial e pelo povoamento.
C) intensificar a pecuária como a principal cultura capaz de forçar a penetração do homem branco no interior do continente.
D) acelerar a desocupação da terra e transferi-la para mãos familiarizadas ao trabalho agrícola de culturas tropicais.
E) desestimular a escravização do indígena e incentivar sua integração na sociedade colonial por meio da atividade comercial.

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cód. #4399

INEP - História - 2011 - Exame Nacional do Ensino Médio - Primeiro e Segundo Dia - PPL

Há 500 anos, desde a chegada do colonizador português, começaram as lutas contra o cativeiro e consequentemente contra o cativeiro da terra, contra a expulsão, que marcam as lutas dos trabalhadores. Das lutas dos povos indígenas, dos escravos e dos trabalhadores livres e, desde o final do século passado, dos imigrantes, desenvolveram-se as lutas camponesas pela terra.

FERNANDES, B. M. Brasil: 500 anos de luta pela terra. Revista de Cultura Vozes. N° 2, 1999 (adaptado).


Os processos sociais e econômicos que deram origem e conformaram a identidade do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) têm em suas raízes mudanças relacionadas

A) à distribuição de terras expropriadas dos grupos multinacionais e partilhadas entre os trabalhadores rurais.
B) à política neoliberal, que proporcionou investimentos no campo e reduziu os conflitos fundiários.
C) à migração de trabalhadores rurais brasileiros para o Paraguai, com o objetivo de cultivar soja.
D) ao crescimento da luta pela terra e da implantação de assentamentos.
E) à luta pelo acesso e permanência na terra, que passou da esfera nacional para a local.

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cód. #4402

INEP - História - 2011 - Exame Nacional do Ensino Médio - Primeiro e Segundo Dia - PPL

Podeis interrogar, talvez: quais são as aspirações das massas obreiras, quais os seus interesses? E eu vos responderei: ordem e trabalho! Em primeiro lugar, a ordem, porque na desordem nada se constrói; porque num país como o nosso, onde há tanto trabalho a realizar, onde há tantas iniciativas a adotar, onde há tantas possibilidades a desenvolver, só a ordem assegura a confiança e a estabilidade. O trabalho só se pode desenvolver em ambiente de ordem.

Discurso de Getúlio Vargas, pronunciado no Palácio da Guanabara, no dia do Trabalho (1° de Maio, 1938). BONAVIDES, P; AMARAL, R. Textos políticos da História do Brasil. Brasília: Senado Federal, 2002 (adaptado).


O discurso de Getúlio Vargas, proferido durante o Estado Novo, envolve uma estratégia política na qual se evidencia

A) o estímulo à ação popular, que poderia tomar para si o poder político.
B) o disfarce das posições socialistas como anseios populares.
C) a dissimulação do nazifascismo, para sua aceitação pela elite política.
D) o debate sobre as políticas do Estado, objetivando o consenso entre os partidos.
E) a apresentação do projeto político do governo como uma demanda popular.

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